sábado, 6 de julho de 2013

Acetilcolina e sua atuação na regulação motora

A acetilcolina é um neurotransmissor que atua tanto no Sistema Nervoso Central (SNC), quanto no Periférico (SNP). É formado a partir da junção de colina e acetil coenzima-A pela enzima colina-aciltransferase, que gera acetilcolina e coenzima-A. Esse neurotransmissor fica armazenado em vesículas até que um impulso nervoso indique a sua saída, para que assim, ele exerça a sua função.
Dentre as suas funções, as que possuem maior importância para a relação com a hipertensão dependem do nervo em que atuam, sendo que se for por meio do vago, causa bradicardia e se for por meio de nervos periféricos, causa taquicardia.
Seu tempo de vida útil é pequeno, pois logo depois de exercida a sua função (despolarização do neurônio pós-sináptico), uma enzima, a acetilcolinesterase, a inativa.
Mas antes disso, veremos como a acetilcolina atua nos receptores nicotínicos e muscarínicos, e assim, qual é a sua função nos mesmos.
Os receptores nicotínicos se encontram no cérebro, na medula espinhal, nos gânglios ortossimpáticos e parassimpáticos e entre as junções neuromusculares. Os receptores nicotínicos, na realidade, são canais iônicos, e isso significa que quando a acetilcolina se conjuga com o receptor, este muda a sua conformação e assim, tem-se a abertura dos canais. Esse canal é permeável a sódio e potássio, logo medeiam uma transmissão excitatória rápida.


É exatamente esse fato que permite que ocorra a sinalização de ações que o corpo dever realizar. Assim sendo, vem a pergunta do porque o nome de receptores nicotínicos. A resposta se deve ao fato de que a nicotina também se liga a esses receptores e em pequenas quantidades, aumenta a atividade dos mesmos.

No entanto, a acetilcolina também atua nos receptores muscarínicos. Esses receptores, diferentemente dos nicotínicos, não atuam como canais iônicos e sim associados a proteína G. Esse fato torna com que a ação seja mais lenta, podendo ser excitatória ou inibitória. Existem 5 subtipos de receptores, sendo eles: M1, M2, M3, M4 e M5. Dentre eles, os mais importantes para o estudo sobre hipertensão são o M2 e o M3, pois este é o que está presente no endotélio dos vasos.
O receptor M3 tem sua função semelhante ao receptor α1 de adrenalina e atua da seguinte maneira:



  1. A acetilcolina se liga ao receptor M3 e forma o complexo hormônio-receptor;
  2. O complexo hormônio-receptor ativa uma proteína G (no caso, a Gp);
  3. A proteína G (ativada) estimula a ativação da fosfolipase C;
  4. A fosfolipase C catalisa a hidrólise de um componente da membrana plasmática (fosfatidilinositol-bifosfato ou PIP2), produzindo o inositol-trifosfato (ou IP3);
  5. O acoplamento de IP3 nos canais IP3 liberadores de Ca++;
  6. O Ca++ livre no citoplasma também se liga nos canais de Ca e libera mais cálcio para o citoplasma*.
Esse acúmulo de Ca++ estimula a síntese de NO (óxido nítrico), e este é um dos principais responsáveis pela vasodilatação.

O M2, por sua vez está presente no coração, e ele atua inibindo a produção de cAMP, semelhante ao que acontece com os receptores α2 de adrenalina. Essa inibição também se dá nos canais de Ca++ dependente de voltagem e assim provocam a bradicardia.


Contudo, como foi dito anteriormente a acetilcolina não pode gerar esse estímulo indefinidamente, e é exatamente neste momento em que a acetilcolinerase atua. Ela hidrolisa a acetilcolina em colina e acetil-coenzima A, que é redirecionado ao neurônio pré-sináptico por vesículas.

Fontes:
http://www.uff.br/WebQuest/downloads/Regvascular.pdf.
Biologia Molecular da Célula, Alberts -4ª ed.

Nenhum comentário:

Postar um comentário